quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Memória FCB I - Hristo Stoichkov

Hristo Stoichkov


     De personalidade forte e sempre envolvido em brigas, Stoichkov era no tempo dele o que Balotelli ou Joey Barton são hoje - com a diferença que o búlgaro justificava sua marra em campo. Briguento sim, mas ótimo jogador. O maior da história de seu país, acumulando frases célebres como "Existem apenas dois Cristos: um joga no Barcelona, o outro está no paraíso" (em referência ao fato de Cristo na Bulgária se pronunciar da mesma maneira que Hristo) e "Se o Brasil teve Pelé, a Bulgária tem Stoichkov". Detentor de uma perna esquerda tão espetacular que só seria vista novamente com o nascimento de Messi para o futebol, Stoichkov era praticamente imparável: explosão (física e temperamental), dribles curtos e posicionamento perfeito, tudo isso aliado a uma velocidade descomunal. Hristo era imparável.

Hristo dando um pisão no árbitro que o expulsou

Stoichkov brigando com Hierro, do Real Madrid. Cena comum.

     Foi contratado pelo Barcelona junto ao CSKA Sofia, clube onde foi revelado, em 1990, mudando a partir daí sua própria história e a do clube catalão. Na época, o Real Madrid era o atual pentacampeão (5 títulos seguidos) em La Liga, uma hegemonia que só seria quebrada com a chegada do búlgaro ao time. Pra falar a verdade, não é que ele tenha sido tão decisivo assim nos confrontos diretos - ele pisou no árbitro em seu primeiro El Clásico e foi suspenso por alguns meses, inclusive -, mas quando ele jogava, fazia a diferença. Conquistaria não apenas aquele campeonato mas também o bi no ano seguinte e nos próximos 2 outros anos (1990-1994), reestabelecendo a hegemonia do 'Dream Team' em La Liga. Stoichkov também ajudou na conquista do então mais importante título da história do clube: a Champions League em 1992, quando bateram a Sampdoria na final por 1-0, gol de Ronald Koeman.



Aquele time que já era espetacular em 1992 - na escalação da final contra a Samp tinha, além de Stoichkov, Laudrup, Guardiola, Zubizarreta e Koeman - se tornaria ainda mais forte com a chegada de Romário na temporada 1993-94. Stoichkov, seja por ego ou pelo fato de que as regras da época só permitiam 3 estrangeiros no time e a equipe já tinha ele, Koeman e Laudrup ocupando essas vagas, o que forçaria um rodízio entre algum deles, não gostou muito da chegada do brasileiro no começo. No começo. Com o passar do tempo, Stoichkov e Romário editaram o que se tornaria até hoje uma das melhores duplas de ataque da história do Barcelona, algo comparável apenas ao que Messi e Neymar podem vir a se tornar. A amizade entre ambos também se tornou tão forte que suas famílias faziam tudo juntas, algo que Stoichkov confessou com emoção em uma entrevista para um canal brasileiro em 2009. Pena que durou tão pouco: com a chegada em mais uma final de Champions League, dessa vez em 1994, o Barcelona teve a oportunidade de consagrar a então melhor geração de todos os tempos do clube. O adversário era o Milan de Paolo Maldini. O resultado todos nós já sabemos...


     A partir daí, a parceria entre Stoichkov e Romário começou a ruir, assim como sua carreira. Irritado com Stoichkov e com os outros companheiros de time por suas intromissões em sua vida pessoal, Romário deixaria o clube naquela temporada. Stoichkov, que continuava o mesmo jogador de temperamento difícil, seria expulso do time por Johann Cruyff após declarar a uma rádio espanhola que era "Cruyff ou ele". Cruyff não se importava com o fato de Hristo ter conquistado o Ballon d'Or e ser considerado o melhor jogador do mundo em 1994. Uma das maiores duplas de ataque da história do Barcelona, apesar de tão pouco tempo juntos, acabava aí. Stoichkov ainda voltaria ao Barcelona em 1996, quando Cruyff deixara o clube, mas já não era mais o mesmo. Agora as referências no ataque do Barça eram Ronaldo (em 1996/97) e Rivaldo (em 1997/98). Stoichkov deixaria de novo o clube em 1998, dessa vez definitivamente. Seu legado histórico, contudo, será eterno.

Ficha Técnica pelo Barcelona

     • Tempo de clube: 1990-95 e 1996-98
     • Aparições (e gols): 151 (76) na primeira passagem, média de 0,5 gols/jogo; 24 (7) na segunda passagem, média de 0,29 gols/jogo

     • Títulos individuais:

- Onze d'Or (1992)
- Ballon d'Or (1994)
- Chuteira de Ouro (1994)
- Maior artilheiro do ano pela IFFHS (1994)
- XI de gala da Copa ou All-Star Team (1994)

     • Títulos coletivos:

   Europa

- 1 Champions League (1991-92) e um vice-campeonato da Champions League (1993-94)
- 2 Super Copas da Europa (1992 e 1997)
- 1 Recopa Europeia (1996-97)

   Espanha

- 5 Ligas (1990-91, 1991-92, 1992-93, 1993-94 e 1997-98)
- 3 Super Copas Espanholas (1992, 1994, 1996)
- 1 Copa do Rei (1996-97)

Homenagens Oficiais



0 comentários:

Postar um comentário